
Há umas décadas atrás, antes do tempo da «Coca-Cola» e dos outros produtos globais, eram quase a única publicidade possível de observar ao longo das estradas portuguesas. Como a ele quando em criança viajava, também a mim aquelas imagens de um cavaleiro negro sobre fundo amarelo intrigavam. O José Eduardo Agualusa explica, como ele bem sabe fazer, que esta história do Nitrato do Chile teve origem no Guano, nome dado aos excrementos de aves e morcegos quando estes se acumulam (em grandes quantidades e ao longo do tempo). O Guano é um excelente fertilizante natural (constituído sobretudo por matéria orgânica) e chegou a ser um dos produtos mais exportados a partir do Perú e do Chile. Pode ser que com o aumento do interesse pela Agricultura Biológica volte a ser um «produto global»
No Portugal de Salazar, país em que a maior parte da população activa se dedicava à agricultura e em que o comércio era pouco mais que incipiente percebe-se a profusão de tal publicidade. Depois, com os progressos da Indústria Química, o Nitrato do Chile foi desaparecendo mas a qualidade dos suportes da publicidade fez com que alguns cartazes resistissem até hoje. De qualquer forma reconheça-se que a estética (ajudada por vezes pelo cenário) era bem interessante e eu considero-os, hoje, como um género de património que, em alguns casos, deveria ser preservado.
No Portugal de Salazar, país em que a maior parte da população activa se dedicava à agricultura e em que o comércio era pouco mais que incipiente percebe-se a profusão de tal publicidade. Depois, com os progressos da Indústria Química, o Nitrato do Chile foi desaparecendo mas a qualidade dos suportes da publicidade fez com que alguns cartazes resistissem até hoje. De qualquer forma reconheça-se que a estética (ajudada por vezes pelo cenário) era bem interessante e eu considero-os, hoje, como um género de património que, em alguns casos, deveria ser preservado.
Esta foto foi feita há quase três anos, próximo de Nisa, e embora ainda existam alguns destes exemplares, espalhados pelo país, eles começam a rarear.
P.S. - Também alguns dos «nossos» cartazes do «Licor Beirão», o licor de Portugal, em tempos muito disseminados pelas estradas portuguesas, deveriam merecer o interesse e eventual preservação.
P.S. - Também alguns dos «nossos» cartazes do «Licor Beirão», o licor de Portugal, em tempos muito disseminados pelas estradas portuguesas, deveriam merecer o interesse e eventual preservação.
4 comentários:
na minha memória, está mais presente os azulejos da Mabor General, com grande "G" vermelho.
aqui está um trabalho interessante sobre o azulejo publicitário:
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/2942.pdf
Obrigado na pelo interesse e pela dica!
Já fui ver e é interessante.
Se não visse lá o G não me lembrava do que era.
um abraço.
Existem ainda algumas placas de localidade que também era importante preservar! Não! Não me estou a referir às do BPA!
"Adubai com Nitrato do Chile. Único natural".
Recordo.me tão bem.
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